Cidadania



Por onde anda sua cidadania?
Diego Cotta
Colunista - Cidadania

Mês de julho chegou. E com ele as férias ou, pelo menos, a invejinha de assistir a fiscalização da natureza dos outros.  Muitas festas, fervo, pegação, mas fica a pergunta: será que não há um tempinho no meio disso tudo para ajudar o próximo? Participar de um grupo em busca de direitos? Será que os problemas de exclusão que nos cerca já estão todos resolvidos? E qual nosso papel enquanto sujeitos protagonistas de uma nova História?
Certa vez, li um artigo de um advogado chamado Marcos Silvio de Santana que dizia o seguinte: “ser cidadão é ter consciência de que é sujeito de direitos. Direitos à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade, enfim, direitos civis, políticos e sociais. Mas este é um dos lados da moeda. Cidadania pressupõe também deveres. O cidadão tem de ser cônscio das suas responsabilidades enquanto parte integrante de um grande e complexo organismo que é a coletividade, a nação, o Estado, para cujo bom funcionamento todos têm de dar sua parcela de contribuição. Somente assim se chega ao objetivo final, coletivo: a justiça em seu sentido mais amplo, ou seja, o bem comum.”
Na cena LGBT carioca, conseguimos pinçar alguns exemplos louváveis de exercício de cidadania, sem perder o brilho, o strass e a alegria marcantes da galera colorida. O produtor da Suburbian, Cláudio Fernandes há seis anos faz de sua festa um verdadeiro ponto de arrecadação de mantimentos para os mais necessitados. Segundo ele, pelo menos três vezes ao ano (Natal, Ano Novo e seu aniversário) a entrada da Suburbian pode ser feita através de doações de alimentos não perecíveis.
“É muito legal conciliar a festa com a ajuda ao próximo. Fazemos a doação para o Orfanato Santa Rita de Cássia, localizado na Praça Seca. Os quilos de alimentos arrecadados variam de 800 a 1.200, entre eles fubá, arroz, açúcar, etc. É um prazer poder ajudar!”, orgulha-se Fernandes.
Outro bom exemplo, já conhecido pelos leitores, é o estilista Almir França. Além de auxiliar nas tarefas e fazer oficinas de estilismo no Grupo Arco-Íris, Almir também executa um trabalho fenomenal (e super tendência!) de alta costura com material vindo do lixo. No mês passado, Almir realizou um desfile de moda em que 100% das roupas eram feitas de material reciclado. Este desfile foi resultado das oficinas de reciclagem e passarela, que aconteceram na Fábrica Verde (Complexo do Alemão) e contou com a participação de moradores. Teve até matéria no RJ TV da Rede Globo! Tá boa?!?
“A grande diferença entre esse desfile e os demais é a ousadia. Sempre que falamos em reciclagem, usamos apenas uma determinada porcentagem de material reaproveitado. Desta vez não, neste desfile todas as peças foram realizadas exclusivamente com material 100% reciclado, desde saldo de retalhos, jeans que foram doados, restos de banners ou tintas que sobraram para o silk, numa prova de que é possível unir sustentabilidade e bom gosto”, explicou.
E você? Vai ficar parado? Junte-se à galera do faz-acontecer! Seja parte constituinte dessa transformação contínua que nos cerca! Até mais! =)
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ORFANATO SANTA RITA DE CASSIA - RUA FLORIANÓPOLIS, 1.305 PRAÇA SECA Tel. 3392.4292