Saúde

Ser ATIVO e/ou PASSIVO
Por: Dr. Jorge Eurico Ribeiro

A arte do sexo começa quando as pessoas se sentem excitadas; neste caso, o sexo pode ser presencial, entre duas ou mais pessoas; pode ser presencial, sem a participação de outro parceiro, ou ainda, virtual, com ou sem participação de outro parceiro, mas com alguém enxergando ou ouvindo à distância; isso o sexo moderno, porque, sexo mesmo, tem que haver mais de uma pessoa.
A humanidade jamais buscou, até meados do século passado, uma perfeição sexual entre os parceiros, sobretudo os parceiros do mesmo sexo; a grande verdade era que o ativo, soberano até então, que ordenava seu parceiro, ficava excitado, introduzia seu pênis, friccionava-o até gozar e saia para se lavar.
O sexo moderno, na maioria dos casos, exige prática, arte; as pessoas estão mais exigentes. Aquele negócio de entra aqui; tira a roupa e vamos meter, praticamente não existe mais. Ou ainda está faltando qualidade sexual?!
A maioria diz que não dá, ou diz no máximo que é versátil. Outros fazem da bunda uma espécie de última trincheira que só entregam a quem realmente merece, em troca de muito carinho e promessas de amor eterno.
Para muitos uma transa sem sexo anal é uma trepada incompleta. Por outro lado, existem aqueles que experimentaram como passivos e não gostaram. A principal alegação é de que sentiram apenas dor e nenhum prazer.
Nós possuímos dois esfíncteres anais (músculos circulares que fazem com que o orifício se contraia e relaxe). O primeiro esfíncter fica na entrada do reto e o segundo cerca de 3 centímetros mais para dentro. Esses esfíncteres são cheios de terminais nervosos, tornando-os extremamente sensíveis. É por essa razão que dor e prazer estão juntos no sexo anal.
O objetivo desta matéria é contribuir para que possam usufruir do sexo anal com o máximo de prazer.
Aos ativos
As preliminares são importantes em qualquer relação sexual, no sexo anal elas são indispensáveis. O parceiro tem que estar excitado, com tesão e querendo dar o bumbum pra você. Sendo assim, capriche nos beijos, nas carícias, nas palavras...
Use o dedo. Ele tem importância fundamental nesse processo. As unhas devem estar bem cortadas e limpas. Pegue o K.Y. (ou gel à base de água) e espalhe uma boa quantidade, fazendo movimentos circulares em torno do ânus. A saliva não é indicada e nem eficiente porque seca muito rápido e pode transmitir algumas DSTs ao parceiro. A velha vaselina não cumpre mais seu papel, pois rompe a camisinha.  Depois, introduza o dedo bem devagar. Não vá fundo de início. Meta apenas a ponta do dedo e faça movimentos suaves e lentos de entra e sai. Isso irá ajudar seu parceiro a relaxar, além de excitá-lo muito, pois poderá alcançar o ponto G dele (próstata). Aos poucos, vá aprofundando a penetração, sempre atento às reações dele. Lembre-se: seu objetivo é ter e dar prazer.
Aos passivos
Quem terá a maioria do trabalho é o companheiro passivo. Ele deve decidir o momento de ser penetrado (se tiver com vontade de ir ao banheiro, sem dúvida não é o momento). É muito importante que haja uma total higiene. Existem várias maneiras para garantir isso, mas a principal é se certificar que não quer defecar. Alguns optam por fazer uma higiene com ducha (“chuca”), porém tente fazer da maneira mais correta e sem excessos. Uma maneira simples é a de abrir um chuveirinho e introduzir um pouco de água fria com gel lubrificante junto, no ânus. Depois de alguns minutos defeque, podendo repetir isso até 3 vezes. Um bom banho cai bem depois de resolver esse problema. 
Para aqueles que não estão habituados a ser penetrado, escolha uma boa posição do pênis do parceiro com suas mãos, pois te dará um melhor controle da situação. Na hora de penetrar, coloque a camisinha no pênis dele e use mais KY nele e em você. Quanto mais lubrificado, melhor!
Para que a penetração não seja tão dolorosa, enquanto o pênis está entrando em você, empurre para fora os músculos do ânus , como se você estivesse fazendo suas necessidades. Você deve lutar para não manter os músculos apertando o ânus porque senão irá sentir dor.
Você deve manter uma atitude participativa, não limite-se a ficar na cama. Ter iniciativa, posições diferentes para ele, dizendo que você deseja ser penetrado lentamente ou mais rapidamente. No fundo, quem irá mandar na situação você. Você é o único que decide quando e como tudo começa. E lembre-se, exija que seu parceiro ativo use camisinha sempre!
Aos dois!
O pênis e o ânus devem estar limpos. Um bom banho antes faz com que os parceiros se sintam mais seguros e ajuda a relaxar;
O atrito gerado durante a transa provoca microfissuras (pequenos arranhões invisíveis a olho nu) no ânus e no pênis que são verdadeiras portas abertas para a entrada de vírus e bactérias causadoras de doenças graves, além das DSTs mais comuns. Só existe um jeito de evitar isso: use camisinha.
Nunca, mas nunca mesmo, introduza um pênis na boca depois de ter feito sexo anal, sem antes trocar de camisinha e se possível lavar o pênis (pode usar lenços de papel). Isso pode provocar infecções graves, além de parasitose intestinal (verminoses, amebíase, giardíase, etc.).


Dr. Jorge Eurico Ribeiro



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